Livre arbítrio no esconderijo

O desejo era a liberdade, porém ela foi confundida, a libertinagem se apresentou em seu lugar e foi galgando seu espaço. A facilidade do poder só nos traz a ausência do ser, porque um dia tudo por aqui fenece e não se pode mais nada a não ser estar no nada. Quem aceita a correção? Nem de si mesmo é aceitável. Quem quer se ver de verdade e se recuperar da insanidade? É difícil ser seu próprio espelho, ver a fundo os seus erros e buscar a sua cura. Ninguém quer pitacos de ninguém e por isso fica aquém, andando sem direção, aventurando o coração, levando-o à becos sombrios, deixando-o triste e um tanto quanto frio. De que vale ter o livre arbítrio se não possui uma avaliação coerente? Hoje estamos aqui e amanhã ali na frente, onde estaremos, o que seremos? Válido seria se usássemos do livre arbítrio para fazermos a escolha certa, julgando a nós mesmos, nossos atos, nossas escolhas, nossas palavras, a fim de nos corrigirmos, porque uma hora a conta chega e com ela a nossa sentença, a qual nós mesmos nos damos segundo os passos que damos. O livre arbítrio nos faz deparar com escolhas, e somos nós que temos que resolver os teoremas da vida, saber discernir o que é bom, rejeitar o mal e absorver o bem como disse um coração sábio. Porque de quê adianta o livre arbítrio no esconderijo, um estado eterno e frigido, sem sentido, um vazio sentido no intimo de uma alma que se perdeu?

Por Patrícia Campos