Mar da aflição

Os olhos não enxergam todo o mar, pois ele é infinito, seus lados parecem não ter fim e no horizonte só se vê um fundo de uma linda paisagem. O mar é perigoso, pois aos olhos rasos só o superficial enxergará, mas já se aprofundou em seu mar? Não se sabe o que há lá no fundo, há muitos predadores e nós somos a isca e a caça, e se cair na rede, torna-se refém, prisioneiro sendo arrastado para o lado obscuro do seu mar e o que era transparente, ficou turvo, o que parecia calmo, ficou agitado, onde estava firmado, afundou na tempestade, não é sólido e sim de momentos, não é firme, mas qualquer coisa o vento leva. Será ilusão de ótica?

Jesus disse que teríamos aflições, e temos, pois passamos a ter quando a verdade se declarou aos nossos ouvidos e esta se faz presente dentro dos nossos corações nos mostrando a realidade dos fatos da nossa razão, ela passa a ser o martelo do juiz, o colírio dos olhos, a flecha do arqueiro, a porta da liberdade, os sapatos da igualdade, as mãos do amor, a espada que corta, abre ferida e faz sangrar, mas também cura e traz paz, ela é a passarela do entendimento harmonioso e também o retrocesso dos conflitos ardilosos. A verdade faz a distinção das aflições das nossas consciências, se carnal ou da mudança de ser, de rejeitar o mal ou absorver o bem, pois não se pode misturar os sentimentos ou viver de miragens, pois a verdade não se entrelaça no engano e o diabo é astuto e engana quem lhe abre as portas agitando as ondas e deixando o seu mar em aflições.

 

Por Maria Lúcia

 

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