Os olhos se fecham involuntariamente, as lembranças voltam como uma avalanche, sua mente está um turbilhão e seu coração se encontra no centro. Uma loucura para dias loucos, uma cura para os indoutos, onde se encontra o fim, o fim da mágoa, angústia e dor? Onde se encontra o “eu” que há muito tempo não sou, marcada pelo tempo que em mim ficou, marcada pelas histórias que não se desfizeram, traumas que plantou, ardores que colheu, a lei da semeadura, a ordem da amargura.
Enquanto ainda vive, ameniza o que sente, ainda tem a luz da vida que camufla a eternidade consciente, porém a tristeza nasce no amanhã, se antes não se entregar para as cascatas, as águas não lhe abraçarão, e murchará e será como os galhos secos, sensível, sem cor, sem vida. A dor marca aqueles que se feriram profundamente, deixa cicatrizes e por elas conta suas histórias, muitas vezes não lembramos o porquê, mas o que lhe aconteceu para tantas coisas temer? Mergulhar no abissal é realmente assustador, entretanto é preciso se conhecer, somos o que somos, isto é fato, porém como quer porvir ao amanhecer? Estar no mesmo erro, abraçado com o mesmo pecado, é cômodo, mas até quando essa base aguentará o peso que estão sobre seus ombros?
Por Luiza
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