Deixaste a vida de lado

Desprezando seu maior tesouro

Estava tão perto de seu anjo alado

Que levaria sua alma ao tempo vindouro

Como quer ser lembrada

Se passou pelo mundo em vão?

Não descobriu ao que era predestinada

Deixando o vazio no coração

Buscava sentido no efêmero

E perdeu-se da vereda da justiça

Tratou o pó da carne com esmero

Desdenhou do colar da sabedoria

A ampulheta se findou

Caindo seu último grão

No esquecimento eterno tua alma ficou

Passando uma eternidade na solidão

Sem a metade que te completava

Simetria mais que perfeita

Espírito que te vivificava

Voltou ao céu sem sua consciência

Um propósito grandioso

Na palma de cada mão

Jogado no fundo do poço

Por ninguém dar atenção

A matéria se fragmenta

E toda glória terrena murchará

Constante estado de tormenta

Eternamente enfrentará

A ampulheta se findou

Caindo seu último grão

No esquecimento eterno tua alma ficou

Passando uma eternidade na solidão

Por Michele

Tema sugerido por Luiza