São os grilhões invisíveis que prendem meus pés, a bola de fogo que queima meu peito trazendo o ardor à minha casa, é a faca entalada na garganta que silencia meu grito, é a dor incontida deixando um espaço vazio. Os meus pensamentos que por vezes não trazem destreza, o tempo que não se encarrega de ao menos me contemplar com a sensação de que a liberdade à mim nascerá, assim como o sol, a insegurança que carrego nas mãos e também as vozes externas que soletram meu fim. Às vezes só quero o silêncio para poder me ouvir, distinguir tantas falas perdidas neste breve caminho, quiçá consiga sonhar com a solidez de uma realidade sóbria, onde os passos que eu der sejam em direção ao amor. Me faltam tantas coisas, mas do lado de fora nada me falta. Às vezes sinto falta de mim então me procuro, às vezes me encontro em falta, então busco me completar. O que me pega é o que quero soltar, e a isto está condicionada a minha liberdade, talvez eu ainda não tenha temido ao perigo e não quero e nem vou me esconder da verdade. Os sentidos aguçam os sentimentos sentidos sem sentido, sem fundamento ou direção, e minha mente sente a semente caída ao chão, lhe pego na mão e volto a guardar no coração porque sem ela serei em vão, me pegando em eterna solidão e para mim não quero isto não. E quanto a você, o que ainda te pega?
Por Patrícia Campos
Tema sugerido por Zeca