Já busquei nos becos esquecidos, trilhei os caminhos perdidos, escalei montanhas, mergulhei nos mares e avancei no vácuo, já procurei nos templos, nos céus e nas terras, nos contos e nas fábulas, nos sorrisos e nas lágrimas, empenhei-me a te encontrar, e em todos os lugares não estava, nem ao menos deixava rastros. Esquadrinhei minha tez no espelho, e também não notei, não enxerguei, por onde anda? Enquanto houver os olhos em grandezas ínfimas, as pequenas grandezas se manterão silenciosas, o que enchem os olhos, muitas vezes empobrece a alma, e agora, pergunto-me novamente, onde está Deus? Não está no impossível, não está no intocável, não está na escuridão, não está escondido, não está tão longe e não está perdido, apenas esquecido, ou melhor, invisível, para as almas que não sabem busca-lo. Ouvi uma frase que me inspirou, que dizia: “Deus está nas coisas simples do dia”. Está onde não esperamos e não vimos se não olharmos com atenção, está dentro, pulsando, está ao lado, ajudando, está nos céus, nos observando, está o tempo todo aqui, apenas não olhamos para nós mesmos, para onde Ele de fato está, nos aguardando, aguardando o arrependimento que não chega, a mudança que não transforma, esperando e esperando, mas até quando? Ainda murchará o campo, e neste dia Ele não estará se não estivermos com Ele, uma troca, doar-se, por inteiro e sem demora, para que o fim não chegue em cima da hora, pois em todos os lugares o temos, mas se assim continuar, nem sempre o teremos.

Por Luiza