Ouço aplausos, é o mal que bate palmas porque a mentira subiu ao palco, dominou os atores e virou protagonista. As gargalhadas de quem está gostando do show fica ecoando, mas a cena é de chorar, faz parte de uma história triste, dolorosa, cheia de medos, dores e rancores. Um palco sombrio, onde o palhaço chora e a mãe não vê. Pregaram uma peça e a peça ficou com um final triste onde não sobrou lugar para ao menos uma lágrima, emudeceram o choro, e não há para quem contar sua dor. Em cima do palco se conta a derrota, o fracasso daquele que não lutou, que se entregou àquilo que tanto temia, virou uma alma fria, gélida como as águas do Ártico, não há a como cortar esta cena, mas corta o coração, o que era para ter emoção foi apenas uma grande ilusão, o script não foi lido, a história perdeu seu sentido, deixando um peito partido, sem a sua metade, e também sem a verdade, o sentimento que passava era que ela ainda tivesse ido tarde, mas faz parte quem de fato encara a si mesmo com sinceridade? Quem é que não encena buscar liberdade? Porque se de fato a buscasse livraria até mesmo de si, antes do pó sucumbir, e não viveria assim, sem pé nem cabeça, cavando a própria sentença de um dia não existir.
Ser o próprio palco da derrota, é viver dando mil voltas e nunca se encontrar, e quando estas voltas sessarem, só aí verás que foi tarde o tempo de se buscar e já não achará nem mesmo o tempo para chorar o fim de sua história tão triste a qual não há mais quem aplauda nem mesmo a tua tristeza.
Patrícia Campos 🌺
Tema Milena