A contramão lhe chamou atenção, como uma criança que não sabe ouvir não, gosta do erro e da sua ilusão, mas pouco sabe sobre o fim que terá seu coração. Um andar sem rumo, deixando rastros sem história, apagados pelo tempo e vagos na memória, o porquê se embriagou de pecados não sabe, escolheu, escolheu e escolheu, mas escolheu errada sua trajetória, como mostrar isto se querem não ver? Escolhas individuais, não há como se envolver. Laços em aparências extasiantes, porém decorrem como forcas em seus pescoços, tudo tão certo quanto um elefante em corda bamba, encontrou apoio em algo que há qualquer momento pode ruir. Risos demasiados carregam desespero, e no fim do dia se encontram com seus lamentos. Decorrem nas correntezas, e se esquecem que irão cair no abismo, absinto trouxe a tristeza, não enxergam os riscos, a tragédia iminente, e continuam girando e girando no mesmo círculo, não trocam o disco, arranhado pela insistência de um solo que desafinou no início. Há como reverter, mas o problema é não querer, querem muito, mas o que querem é tão pouco, se esvaziam de nada, e se preenchem de vazios, estes são os frutos do caminho errado, fel que desce amargo, o momento pode até parecer algo, mas acabou o encanto se perde do alvo, e o que parecia certeiro começa a despetalar, como o campo no outono, as cores perdem o brilho e a seca toma seu lugar, tudo porquê trilhou passos incertos, e as consequências é a sua própria alma quem vai pagar.
Por Luiza Campos
Tema sugerido por Vani



