Pensamentos internos

Sabe quando o peito aperta, o tempo passa e ninguém percebe? Sabe quando a dor se assenta, toma seu lugar, e às vezes a cura parece longínqua? Sabe quando o pouco parece muito, o muito parece pouco e nada mais faz sentido? Quando o passado, antes tão claro, se torna obscuro, inconstante, inconsistente, como uma corrente que muda de curso, carrega tudo, não traz estabilidade e tudo se torna um tanto confuso. Eu queria que a vida falasse comigo neste instante, parece que se emudeceu, mas aguardo e aguardo, até que se ponha a jorrar em meus pés e escorra por minha tez, para que me levante, pois nada se vê estagnada, e nada se faz parada, por isso busco a voz da vida, para encontrar-me. Parecia ser mais leve, mais leve estava, mas o peso do tempo pesa sobre os ombros e tocam o brio dos olhos. Queria mais compreensão, mais discernimento para sanar as dúvidas crescentes aqui dentro, que também se tornam fardos, pesam no peito, e tornam os passos cansados. Será que o tempo já acabou, e o deserto já abraçou o fim da ampulheta? Será que ainda há alguém para escutar? São tantas questões que muitas não consigo nem ao menos nomear, mas é bom me ver no papel, parece mais palpável, mais fácil de mudar, nem tudo é preto no branco, às vezes só é necessário colorir o quadro e dar cor ao campo, se entender para se transformar. Alguns devaneios internos, que insistem em ficar, na verdade tudo sempre esteve intacto, no lugar, é necessário perder o controle do leme, para deixar o Senhor guiar, para me achar, encontrar, deixar o tempo correr que a resposta virá.

 

Por Luiza