Píncaro

Não há como se encontrar com as riquezas celestiais tocando o chão, muito menos tocar o céu se ficarmos ligados ao pó, as borboletas só encontram suas estradas quando ganham asas, e as lagartas viram sopa para metaforar que o que rasteja nada é. Temos que elevar nossas consciências para tocarmos o céu, nos desvencilharnos deste chão é a prova de que somos livres, de que também possuímos asas invisíveis que elevam nossas almas, a ponto de nos encontrarmos no píncaro do nosso monte Sião, onde enxergamos tudo de maneira ampla, uma visão além do alcance. Do alto podemos nos observar, ver onde estamos e onde queremos chegar, olhamos para baixo e vemos o quanto somos pequenos quando estamos ligados no solo desta terra, que um dia deixa de ser. Por outro lado temos no profundo da alma um lugar que podemos chegar através do raciocínio, um lugar onde o silêncio nos ensina, onde o amor predomina, onde a sabedoria nos aproxima Daquele que nos leva a lugares muito alto, longe da confusão, da incompreensão, guardando nosso coração para que possamos nos eternizar com Ele. Eu sei que o céu é infinito e não há horizonte a ser visto, mas sei que lá nos encontramos sempre no topo, no ponto mais elevado da compreensão, um local superior, longe desta vista tão pequena que se chama mundo. Uma eminência constante, excelência, superioridade sem soberba, apenas por se tratar de um lugar superior, por ser grande, nobre, sublime e majestoso, um lugar harmonioso onde se encontra paz.

 

Patrícia Campos

Tema Luiz

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