Os teus olhos são os meus, Senhor
E meus pés sua lamparina
Que da minha boca saia sempre sua fala
Pois ela é o instrumento da sua justiça
Que os ventos do sul ecoem
Espalhando as palavras que vem do céu
Elas regam as almas sedentas
Fazendo que os simples rasguem o véu
Me coloco a mercê como instrumento
Daquele que com suas mãos me criou
Deixando soar sua linguagem
E eu direi quem és o grande Eu Sou
Digníssimo Senhor dos céus
Que tudo formou com amor
Deu toda estrutura à criação
Mas do caminho do bem ela desviou
As vozes dos céus clamam
Em alto e bom som ressoam e se mostram
Querendo suscitar o morto
Para que ele venha sair para fora
E enxergue toda a grandeza
Que o grande pintor pincelou
Notar sua essência pura
É reconhecer em si as mãos do Senhor
Ainda que ninguém enxergue
Ele está todo instante a se mostrar
É uma coisa tão plena e singela
Mas somente os puros o reconhecerá
Aonde se encontram os puros
Para ouvirem o chamado da vida
Entregando por completo suas almas
Para eternamente terem a vida?
Por Ítalo Reis