Relação unilateral

Uma mão estendida, é a vida que te espera, te carrega e te leva, e você mal sabe dela, não a acolhe, antes se escolhe e se encolhe e assim nada colhe.  Quiçá brotasse o amor dentro do teu coração, que sentisse a reciprocidade do que ela lhe oferece, no entanto a esquece por tão pouco se envaidece, nada tece, e aos poucos envelhece e assim leva a vida enquanto ela não se vai. Uma relação unilateral onde apenas o imortal se esforça para que dê certo, mas a consciência vive apenas do incerto, sem a sabedoria por perto, não discernindo o que é reto. Seria tão simples se ela enxergasse o quão seria bom para ela estender sua mão de volta, ter o espírito a sua volta, envolta, livre, leve e solta, mas com responsabilidade, com os pés sobre a verdade para que essa relação se torne única, recíproca, onde um se doa ao outro por vontade própria, com sobriedade, não existe amor se não houver a liberdade de se entregar de livre e espontânea vontade, caso contrário é só um cenário onde se diz querer fazer o bem, mas como fazer o bem se não o faz a si mesmo? É um descaso e um desrespeito a tal complexo, um desconexo, uma vida doada para um incrédulo que não merece hoje, nem neste século este tesouro tão valioso, tão grandioso, que se perdeu no coração que só valorizou a si mesmo, ficando só, sem fundamento numa eternidade em lamentos.

 

Patrícia Campos

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