Saia do casulo

Por muito tempo se viu dentro da casca, ainda estava formando suas asas, e fortificando seus pés para seguir firme nesta jornada, às vezes o medo queria te impedir e do casulo não queria sair, porque ficava se confortando dentro daquele espaço o qual era muito limitado. O casulo parecia abrigo, mas ele é sua própria prisão, ficar na casca é perder a própria liberdade, e se sujeitar ao que permanecerá no pó da terra.

A vida convida a todos para abrir suas asas e voar por esta imensidão infinita a qual não tem limite, pois atravessar as fronteiras é se livrar da morte, mas tem que ter coragem porque não se atravessa contando com a sorte. Saia deste casulo mesmo que o frio te encontre e queira congelar suas asas, mesmo que olhe ao seu redor e o medo queira te encurralar, pois ser livre por um certo momento pode assustar, mas é aí que mora o voo, a verdadeira liberdade, a qual não nos impede a nada.

Um dia o casulo foi casa terrestre, foi silêncio para curar as dores, foi abrigo para poder ponderarmos as coisas, mas agora ele aperta e já não cabe nosso respiro dentro desta casca, pois mesmo não vendo, ela nos esmaga, por isso temos que nos livrar dela enquanto estamos nesta jornada. Tem que romper esta linha imaginaria do medo, desfazer o nó que te limita, pois a vida é nosso suporte, nossa sombra em plena luz do dia, e assim quando o vento tocar o seu rosto, tenha lembrança, pois foi você quem escolheu sair e virar borboleta e traçar novo caminho. Lembre-se, suas escolhas dizem sobre seu destino, se quer voar aprenda a se manter no alto. O casulo não é permanente, mas a decisão cabe a você, a chave para a liberdade já se encontra em seu peito, é somente olhar para dentro e perceber.

 

Por Ítalo Reis

Tema Paty