O que tenho eu a fazer? O que devo buscar? Já fui ao encontro de mim mesmo e de frente a verdade me coloquei a caminhar, fui decisivo no meu querer, não hesitei para descobrir o que Deus estava a me mostrar, sua sabedoria bateu em minha porta e eu abri e recebi sua luz cheia de resplendor. Os céus trouxeram as palavras certas que serviram de alento e confortaram meu coração, eu fui direcionado no caminho da vida, e nele vi que lá a frente tem a minha salvação, as palavras serviram tanto para derrubar o engano como também para edificar, foi no meio do caos que surgi e não deixei qualquer tempestade me amedrontar. Ainda não sei o que me virá por esta estrada, mas de uma coisa sei, que estou definido no que vejo e claro no que almejo, não tem como retroceder, não tem como voltar atrás, meus ouvidos escutam a voz do Senhor me ensinando como proceder e sinto Ele me preparando, me alinhando para que eu fique no prumo diante Dele. Eu anseio pelo novo e já avisto de longe um novo amanhã, eu caminho em direção ao Sul, os ventos assopram e apontam em que lado me posicionar, ele bate em meus olhos com sua brisa em dias muito ensolarados para que eu jamais deixe minha esperança de lado. Na minha botija levo comigo a água pura que refresca a minha língua, tenho sede da justiça, é ela que mantém minha alma viva, eu não cesso de buscar, de me manter fervoroso na vida, de me alimentar do que eu mesmo preparo para meu próprio crescimento, isto é um relacionamento, um envolvimento, um estreitamento, estou formando meu próprio corpo, o meu eu eterno, eu já vivo dentro de mim a minha verdadeira identidade, pois sei que ele é meu Eu de verdade. A minha vestimenta agora é o linho fino, meus pendentes são ornados pela sabedoria, minhas joias são relíquias que não enferrujam e seu valor jamais se estima, a pureza é minha sina e dela me visto, para que eu seja por Deus reconhecido como seu legítimo filho. Eu já caminhei por entre os vales, pelos becos escuros dessa vida, quando me deparei com a mão da vida estendida a mim, notei que ela era minha liberdade, a minha única saída, nunca mais perambulei, e nem andei como mortos vivos, mas reconheci meu ser eterno e com ele segui meu destino.

Por Ítalo Reis

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