Um núcleo vazio, uma personalidade consciente apenas de si mesma, um senso exagerado da própria importância, orgulho e foco excessivo no “eu”, “eu” sou o melhor, “eu” faço melhor, “eu” falo melhor, “eu”, “eu”, “eu”, sempre “eu”, e assim segue seus dias, com peito estufado, um ego inflamado. Se julga humilde por seus próprios olhos, um peito que agride seu próximo por lhe faltar humildade, com o próprio engano que o enganou, num tempo que auto forjou sobre a percepção de si mesmo. Lisonjas e mais lisonjas, parece um balão gás hélio que sobe seu próprio ego julgando ser o melhor. E assim seu ego lhe consome, como os bichos da goiaba, a simplicidade some, e a vaidade que não acaba, que fomenta e atormenta, faz o que lhe dá nas ventas, um nariz que empina é a soberba que lhe ensina. Seu ego lhe consome, lhe come feito pão, sentimento que infla e inflama o coração. Um centro preenchido de nada, egocêntrico que se farta de si mesmo, se basta e não consegue ver suas falhas, sua falta, a navalha que o encalça. Ser consumido pelo próprio ego não te faz ser superior, embora sinta-se melhor que outros, isso não lhe faz ser, muito pelo contrário isso lhe faz adoecer. Nem tudo é sobre você, nem tudo deve ser sobre você, existem bilhões iguais a você, nem menos, nem mais, iguais. A igualdade lhe maltrata, porque se sente inferior ao perceber que é igual, um mero mortal, e assim se consome por si mesmo, um egocêntrico perdido em seu egocentrismo, sem sentido e sem tino no seu mundo submergido em seu coração falho.
Patrícia Campos 🌺
Tema Luiza



