Dentre os mares de dores mergulhava sua alma, tudo parecia ser espada e os segundos lhe perfuravam e não lhe deixavam cicatrizes porque seus cortes nunca se fechavam. Fora de si, em duplo sentido, porque realmente estava fora de si, e o que estava fora de si era do que tentava se preencher, mas não havia completude, pois seu vazio era um abismo como um estômago vazio sem perspectiva de se sustentar. Quiçá pudesse se suster, mas suas buscas eram insólidas e seus pés pisavam em lugar escorregadio, tudo o que tinha era o nada e isto lhe deixava num estado mórbido só aguardando seu fim. Seus pensamentos sempre iam ao encontro de dar cabo a si mesma julgando que isto seria sua única saída. Então pensava: se eu for, talvez eu seja feliz! Agonizava e se julgava um desperdício e por isto seu olhar estava sempre diante ao precipício, uma estrada onde sempre estava. Temas sensíveis que precisam ser tocados de forma cuidadosa porque as almas se encontram fracas, destruídas, derrubadas. Precisam saber que o que está por vir ainda é pior do que o som do medo que tilinta hoje em suas casas almas porque tirar sua própria dádiva não lhe fará forte nem corajoso, mas saberá que o que sente hoje não é nada comparável a dor que ainda sentirá, mas que há sim uma saída e que o que te faz sentir fraco é este corpo efêmero que tenta nos destruir a todo custo, mas que se conseguirmos nos desvencilhar dele e nos aliarmos ao que é imortal, seremos moradia da paz. Sei que a situação não é favorável, mas que esta luta existe e não há ninguém excluso dela, porém os olhares se distinguem pela forma que se vê cada obstáculo e que ninguém nasceu forte, mas se tornou porque acreditou em si mesmo, acreditou que sua esperança estava no seu próprio braço que lhe trouxe para cima afim de que não se afogasse nesta ilusão que se chama mundo.
A saída está em nós mesmos na nossa perspectiva de melhora interna, requer muito diálogo e entendimento sobre o que somos, o que queremos e o que seremos daqui para sempre.
Por Patrícia Campos