Eles reverberam em todo tempo, não só pelas cores da vida e sua ação, mas por sua voz que clama constantemente pela linguagem do entendimento, às vezes soa grave como o tom dos trovões, grita através dos raios e mesmo sem voz anuncia seu clarão. Chega de repente como a chuva serôdia, nos alertando a nos preparar, pois está mais que perto aquele dia. Nos fala através do quero quero o quanto quer nossa alma e todos os dias ao amanhecer e nosso levantar, nos lembra pelo bem-te-vi, que está aqui sempre a nos observar. Nas cores vivas das borboletas ao bater de suas asas, transborda nosso cálice de leveza e nos encoraja a nos transformarmos até alcançarmos nossa liberdade. A linha do horizonte ao longe, que parece findar o mar, aguçam minhas vistas racionais a transpor os limites do meu próprio oceano e a mim mesmo desbravar. Na verdade, este é o leão de Judá, adormecido dentro das almas que de tempo em tempo desperta dentro de cada um de nós, empunha sua espada e fala por nossas bocas, e suas palavras são mais cortantes do que espada de dois gumes, e que penetra até o interior do véu. Hoje nós vemos os cavaleiros do apocalipse espalhados por toda a Terra, espalhando seus terrores sobre as consciências insanas, nós, os vinhateiros, servos do Senhor, estamos atentos a todas as manifestações de Deus sobre a humanidade, que se tornou perversa ao propósito do Criador, por isso tantas pragas, tormentos, angústias, que são as doenças da alma, mas mesmo diante das belezas e maravilhas naturais criadas pelas mãos de Deus, a perversidade impera sobre as consciências humanas. Nós enxergamos as maravilhas naturais das mãos de Deus, mas não dá para falar de maravilhas diante da atrocidade que as consciências cometem contra o espírito de Deus, pois estamos diante de dois extremos, de um lado uma excelente obra, um quadro pintado com toda maestria pelo Criador, tudo perfeito, como que pintado e moldado a dedo, cheio de detalhes, mas de outro lado vemos toda tela borrada pelas consciências por falta de entendimento, falta de colocar-se nas mãos do grande Pintor da Vida para manifestar, realçando ainda mais Seu propósito, pois somente a consciência poderia dar o valor devido a Deus, colocando o espírito santo em alto relevo para que sobressaísse e ficasse a frente, sendo exaltado e glorificado por cada consciência que se encaixasse no seu lugar já predestinado pelo Altíssimo dentro da obra. Na verdade, foi a própria consciência que se borrou, ela não entendeu a obra do Artista e não se colocou no lugar dela como produto da criação humana, foi a consciência que saiu fora do script de Deus, as outras coisas continuam cada uma em seus devidos lugares, por isso tudo da natureza é belo, é fantástico, é divino, mas a consciência se desenquadrou da tela do Pintor, pondo fim a sua obra de arte, a consciência que faria o par perfeito com o espírito de Deus, se colocou ao lado da carne que morre, deixando o quadro fúnebre e triste, pondo assim fim a obra de Deus.
Somando nossas luzes
Por Michele e Zeca