Um tanto extraordinário
Pude ver o inimaginável
Oceano muito maior que o aquário
Alcançar o inalcançável
O gosto doce do saber
Saborear a descoberta
Prato vivaz do querer
Esbanja banquete nas trevas
Onde o sol conhece a terra
Os raios tocam a tez
Espelho reflete as celas
Sente vontade de ser
Os raios colidem com os limites
Chegou a hora de derreter
Num instante, como um clique
Quis renascer, transcender
Dois laços
Duas histórias
Apagar os traços
Construir nova aurora
Aos poucos a flor murcha
Rosa desbota, perde as pétalas
Enruga, perde o brio, encurva
Precisa cair para nascer mais bela
Alianças que se quebram
Fôlego escasso no temporal
Vozes que se calam
Nova história, outra moral
Toca o infinito com as pontas dos dedos
Dizendo um breve adeus
Para que abra os olhos sem medos
Longe da dor e de todo breu
Três lutas cravadas
Entender, morrer e brotar
Significado da páscoa
O ciclo que não para de girar
Deixar que escorra a dor
Primeiro momento com a vida
Que o ar adentre e preencha de cor
Toques sutis de pura sabedoria
Engatinha pelos novos caminhos
Conhece outros cantos
Dança com a valsa dos passarinhos
Esplendoroso, grande encanto
Em três dias metamorfoseou
O que pode ser uma vida se encerrou
Curso vivo que se findou
História dos rastros que deixou
Um dia se passou em quatro estrofes curtas
De verso em verso formaram-se os anos
Na verdade, cabemos em poucas frases soltas
Entretanto, quem passa por esse processo não passará a eternidade com a presença da dor ou do pranto
Por ter alcançado a eternidade
Eternizou-se com a grandiosidade
Nas asas da paz e nos olhos da liberdade
És a pura sincronia da simplicidade
Por Luiza Campos
Tema sugerido por Michele