Vencer a inércia

Não me refiro à força externa que atua neste pequeno pedaço dentro do infinito, mas sim sobre a força dentro do meu infinito interno, a qual quer de todo jeito me vulcanizar ao chão. Há uma guerra sobre meus ombros, e vejo um anjo celeste, cansado, mas que não desiste nunca tentando me levantar. Sua face está abatida, mas ele permanece em pé, uma luta de um homem só, e minha alma anseia por liberdade. Devo estar do meu lado, e guerrear por mim, vencer o meu eu efêmero, colocando-o abaixo dos meus pés, silenciá-lo para que não me diga nada, não quero nem ouvir sua voz. Quero alcançar o sonho de ver minha cidade limpa, na solitude de uma alma preenchida de amor. Não quero um reino encantado, mas quero o reino de Deus, e só o terei, se desencantar-me de toda ilusão que estes meros olhos mortais me trazem, junto aos sentidos que não tem sentido porque no fim nada será sentido e nada terá sentido senão o sentido da vida. Quero levitar como as penugens da Flor dente de leão, que viajam sobre os ares, leve e transparente, ou como os balões de gás hélio que ao subirem parecem que nunca mais terão paradeiro no infinito, e que só vão subir e subir para sempre.

Que a inércia não consiga mostrar sua força dentro do meu raio de atuação para que eu possa atravessar os planos de cabeça erguida, com meu coração flutuante, não perdido, mas sim encontrar, dentro, a direção que me levará ao céu pelo cordão que me liga a Deus, Seu espírito.

 

Por Patrícia Campos

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