Há uma confusão de sentimentos que aglomeram dentro da alma, um espaço azul onde se perde a cor por não se encontrar em brancura. O tempo remoto passando pelas janelas da alma e a mesma procurando uma bandeira branca a qual não se encontra em nenhuma paisagem perdida. A questão é que os olhos são flechas atiradas para fora, não se voltam, não se veem. De que adianta buscar a paz onde ela não está? Porque a confundem com sorrisos sem graça, como que se a felicidade fosse seu sinônimo, mas não é, até porque existem apenas uns lapsos de felicidade, como que flashes em devaneios, e como encontrar algo consistente em utopias? Não sou só eu que a busco, sei que todos a procuram incessantemente, mas não há como encontrá-la se não se encontrar estável, firmado em base sólida. Porque para se encontrar com a paz precisa se sentir confortável, confiante, e ter prazer em não ter nada, a não ser a vida, ter a garantia de que a vida está ao seu lado, e estar ao lado da vida também.
A paz resume-se em estar repousado nas mãos de Deus, descansado de toda e qualquer dor, de sentir a segurança na Sua força, de saber que seu temor se torna escudo contra o mal, porque Ele nos assegurou de que se estivéssemos ao Seu lado seria inimigo dos nossos inimigos e adversário dos nossos adversários, e quem não se sente em paz tendo por aliado o Senhor? Não está longe de alcançá-la porque a vida já nos foi presenteada, e o poder de termos o Seu braço para nos assegurar de que nossos pés podem caminhar lado a lado dos pés que correm para a eternidade com história infinda, um raio vívido de esperança que aquece nossas almas dia a dia. Se sempre mantivermos o nosso olhar para a beleza de tudo o que nos foi oferecido e de fato valorizarmos cada segundo de sabedoria que nos foi mostrado, então não só a entenderemos, mas a sentiremos como brisa leve da manhã nas nossas almas. A paz que eu busco não está fora do meu alcance, basta apenas voltar para o meu coração, com olhar casto que a encontrarei.
Por Patrícia Campos