Rodo meu mundo, no meu universo, meu inverso invertido, não caibo em verso. O que fazer para se encontrar? Onde devo ir para me achar? Melhor não sair do lugar, porque posso me distanciar de mim cada vez mais. Onde fui parar? Eu parei? Procurei respostas no tempo, mas ele só me trouxe lembranças mortas. Minhas janelas percorrem por minha memória e meu mar não encontra um lugar para se ter cais. A inércia da dor não me deixa reerguer, não estou vencida, meu suspirar me levanta, é a vida que canta, me mostra sua harmonia, e delicadamente me traz seu conforto, de uma forma sutil fazendo com que eu me sinta de alguma forma segura. Ela me segura, por seu braço, e me ensina quanto devo ser sensível, e nesta sensibilidade vou me envolvendo cada vez mais com a verdade, às vezes sofro por isto, de outra forma não perceberia o que preciso mudar para de fato me encontrar.
A vida tem tentado se encontrar comigo, é impressionante como ela quer este encontro, porque mesmo eu estando perdida ela me manda seu sinal de vida, quanta empatia da vida. E assim ela me ensina, que a desistência não é resiliência, muito menos permanência, mas se trata de incompetência e isso não quero ter, então sigo me buscando em meus cantos, devo estar em algum lugar que ainda não fui, a busca por mim não tem fim porque se tiver este seria o fim e não aceito menos de mim, senão me encontrar.
Por Patrícia Campos
Tema sugerido por Ítalo