Nasceu, e desde sua vinda correu, correu livre como o vento, tudo que sentia vontade ser feito, fazia, sem pensar viveu, o tempo foi passando e sua leveza foi conhecendo a gravidade, cada vez mais foi sentindo o peso de suas decisões, e quem antes está voando alto hoje se encontra de cara no chão, neste mundo nunca cometeu nada de mal contra ninguém, mas mesmo não feito nada a ninguém o dia de sua sentença chegou, o juiz olhou seus acontecimentos e bateu o martelo, sentenciado a morte, jogado em sua cela, se perguntou onde errou? Não só isso, onde estava? Raciocinava, e percebeu que estava em seu leito, em sua visão sentiu o peso do tempo, em sua cela as horas eram segundos em sua cama, e a agonia tomou conta de sua mente vazia, questionou e procurou descobrir o motivo de ser condenado a morte, uma pessoa que viveu sua vida como qualquer outra, estudou, trabalhou, formou uma família, e hoje no final de sua vida acreditou que em sua morte os céus te receberiam, os dias foram passando e sentiu seu coração parando, em sua cela se recebeu uma visita, um mensageiro trouxe suas acusações, e o prisioneiro que antes gritava dizendo ser inocente, enxergou seu erro, e no mesmo instante o oceano dominou suas janelas quadradas, enxergou que ao longo de sua vida suas ações foram todas a favor da carne, todos os seus desejos foram para si mesmo, todas suas buscas foram para alimentar seu ego, e o seu Criador nunca buscou, sua função como criação nunca procurou saber, o prisioneiro descobriu o motivo de não se sentir mais leve, a gravidade mostrava sua culpa, e no corredor da morte ele lamentou perdão, mas o juiz não tem como te dar a salvação, antes de sua morte chegar, o prisioneiro não aguentou enxergar seus atos e em sua cela se enforcou, triste ficou o juiz, mesmo o prisioneiro estando velho ele lhe mostrou seus atos e como se corrigir, mas seu arrependimento não trouxe paz, e o caminho mais fácil para sua consciência foi partir com a vergonha coberta.
Por Luiz Gustavo
Tema sugerido por Luiza