Estações

Bela és tu roseira criada do pó da terra, a mão divina foi quem te moldou para fazer parte desta esfera, criou raízes profundas e se alastrou no universo do tempo efêmero, brotou sua flor virada para a lua e do sol se distanciou sofrendo nas estações desta vida, no inverno as paixões te fizeram chorar, pois foram grandes suas loucuras, e feridas vieram a sangrar machucando o relicário que ainda estava a sarar, o verão gritou no meu ouvido e fui atrás de realizar o meu desejo sem ao menos pensar, corri nas pontas dos pés a bailar como uma bailarina feliz, não raciocinei sobre os perigos e pela mentira fui levada e solta em alto mar, pois embriagado estava meu coração e nada sóbrio pude enxergar, o sol queimou algumas de minhas pétalas e escondeu o meu sorriso trazendo na face o escorrer de lágrimas sentidas, ainda aguardo a primavera para regenerar a minha flor, pois as marcas ficaram, as lembranças estão vivas e a dor ainda grita revirando o meu interno. Mas olha o que aconteceu, Deus cruzou nossos caminhos, juntou as fronteiras que pareciam distantes e a verdade pôs sobre a mesa para sair dessa triste solidão, minha mão está entendida, meus pés estão prontos para caminhar contigo e lhe ensinar o caminho da vida, tenho um tesouro para lhe apresentar, uma razão para conhecer, um sentido para enxergar e a si mesmo encontrar, trago a primavera dentro do peito, a chuva para regar sua flor e o remédio para curar seus olhos e o seu coração, a ti Deus me enviou para cumprir com o meu papel, falar do seu propósito, do anjo alado, do Emanuel, não é uma tarefa fácil guiar um cego em direção da luz, mas cumprirei com a tarefa a mim dada e de mim ouvirá a verdade do Senhor para tentar elucidar mais uma alma sobre a razão da existência humana.

Por Maria Lúcia