Pingaram luzes do céu, tentei alcançar, mas não toquei, ao longe parecia belo, era chuva florescente, mas no coração encontravam-se suas decadências. O mundo ruindo e os olhos brilhando, a tragédia é bela, mas queima ao toque, estrelas cadentes, borram a tela, tingindo as rosas com suas quimeras. Chamas azuis morrem vermelhas, rosas alvuras encontram carmesim, nem todo fim encontra sangue, mas o carmim sempre nasce no fim. Um conto que brota em beleza, mas sem cuidado murcha como campo no outono, deixou sua história como supernova, encontrando o que se finda tão perto de si, o combustível cessou por sua derrota, um solo gentil, mas que sempre fora vazio, a paz não está no que lhe rodeia, entretanto no que lhe vive, as lágrimas podem ser frequentes se houver chamas em seu infinito, muito se fala da alegria, entretanto nem sempre a encontramos no sorriso. Sorte dizem ter as estrelas cadentes, mas catástrofe as perseguem, estrela errante, pingou no assoalho, trouxe a perda de seu coração, e vozes frívolas que lhe destoou, estrela caída, tola e sem sabedoria, tornou-se imenso universo, mas sem a parte com vida. Tão resplandecente, já fora assim, no ápice incandescente, floreando em tom jasmim, casta e alva, vivendo como sol, mas seu sistema resolveu se opor, perdeu a órbita e sua alma, engolida pelas falhas, buraco negro tornou-se, pois muito quis, mas nada preencheu, um vão entre ter e desejar, não soube controlar, caindo no poço sem fim. Ah! Estrelas errantes, vivem nas noites uivantes, dão adeus ao tempo que esperavam, e se lamentam pelo tempo que tomaram, uma perda lastimável, mas esperada, pois quem não se agarrou a centelha perdeu o fogo que lhe sustentava.
Por Luiza Campos