Terra devastada pela ganância, o amor esfriou dentro dos corações, as consciências apenas sobrevivem em meio a humanidade desumana, a lei da selva se tornou a lei dos que pensam ser fortes, mas na verdade a lei do cão os abocanha desde a maternidade, sistema diabólico devora os seus pensamentos aprisionados na gaiola do entretenimento, a força da potestade impera, porém a sua força vem do pó da terra onde o vento leva, leva a paz, leva a esperança e de leva estão caindo no abismo da perdição e não há quem veja, a cegueira da incompreensão deixou caolho a visão do entendimento que não vê e nem entende, terra árida que ninguém rega se rachou de tão seca, terra abandonada, desolada, não se vê um broto de compreensão, um deserto escaldante, sol que abrasa e resseca, fadiga que lhe abraça e não larga, largo e espaçoso o caminho que a conduz a perdição perpétua, e perdida se debate nas brechas e rachaduras de uma vida vazia que faz sangrar as feridas que inflamam a alma, e sedenta grita, range os dentes, e em meio as lacunas o silêncio que destrói a terra, vastidão, espaço vazio, imensidão, sertão, solidão, nem um brejo para umedecer a boca seca que não fala, miséria que assola e desola. Como florir em meio ao caos? Renascendo das cinzas, sacudindo o pó da ignorância e regando a terra com água viva, plantando a sabedoria divina só assim a alma florescerá a liberdade tornando casa de habitação do Altíssimo, tornando-se jardim celestial, exalando por toda eternidade o bom cheiro do santo de Deus e Ele encherá a tua terra de bênçãos e nunca mais ficará vazia.

Por Milena Gomes

Tema sugerido por Luiza Campos