Uma vez manifesta, nunca mais esquecida, mesmo na tua escuridão ela sempre será lembrada. Ela é a semente que brota a esperança. Pela vivida luz ouço o cantarolar dos pássaros, vejo a ação de suas asas conclamando a todos por liberdade. Nas coisas mais simples se vê sua face, é a manifestação do verbo que se externiza de forma clara, lúcida. As águas celestes são lâmpadas para os pés, são os faróis dos mares, as candeias que não faltam óleo, é como um sol para cada girassol, uma fonte inesgotável que lava a alma e que se torna espelho, não para os narcisos, mas para os simples de coração. Uma fagulha que põe em chamas àquele que lhe abraça, que lhe quer por perto, o mais perto de si possível. A vontade de ser é superior a qualquer coisa, a ponto de se submeter de diversas maneiras a se mostrar não porque quer aparecer, mas porque se trata da luz, e por ela tudo se manifesta, inclusive ela própria. Basta um resquício da luz para que ela se apresente de forma translúcida, transpassando o olhar fugaz, fazendo brilhar o olho do entendimento, a qual impressiona só pelo fato de ser, de se apresentar, de ser luz. Quem um dia a vê, jamais irá lhe esquecer, ela é um raio que transpassa a alma, que a acolhe, que lhe escolhe, não por acepção, mas por tornar-se parte da compreensão. Que ela seja luminária da minha alma para que eu permaneça na sua presença por toda eternidade.
Por Patrícia Campos