A joia interior VII

É impressionante como a importância do brilho no olhar passa despercebido, entre passos acelerados o tempo vêm e vai e ninguém se atenta a eles. Baús que se movimentam, falam, ouvem, pensam, mas que não sabem o valor que têm. Talvez seja porque não armazenam o que é raro, mas o que é raso, àquilo que custa caro, e mesmo dando valor as águas que se põem à areia, não sabem que mergulhar no seu próprio oceano pode ser uma descoberta incrível. O navio que naufraga no hadal de sua alma, fica perdido, um baú esquecido e seu tesouro por ninguém é visto. Não há como estas águas espelharem a pedra preciosa que reluz no coração oceano. Se cada um soubesse o valor que possui, seria excelente porque a excelência não é de si, mas do que possa ter, ser, não me refiro a coisas palpáveis porque estas, mesmo que permaneçam por tempo longínquo se elas não acabarem, acabo eu, e de que valeu? Refiro-me à joia interior, que é eterna, que não se pode pegar, nem pagar, porque seu preço é a alma, e somente ela, à alma dá valor. É uma união estável, incomparável, onde dois formam um. A alma é a concha que aconchega a pérola vida, a joia que a vivifica, é casa longe da casca, armazenadora de tesouros, guardadora de amores, incompreensíveis aos corações tolos. Cada um tem sua porção de riqueza, uma joia de outra natureza, de natureza simples, mas que faz parte da realeza. Uma joia que adorna a alma, trazendo brilho e cores, da vida eterna é filho e da eternidade amores.

 

Por Patrícia Campos

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