Melodia que viveu em palavras, bailando em notas tão bem cantadas, escorre como as águas em cascatas, fluem através das almas. Quase tocam o infinito, mas o descreve com perfeição, o que ainda os separa é o abismo, entre letras e sons. No colo da harmonia, nos braços dos céus, esmiúça a vida sobre as linhas do papel. Muitos porquês e interrogações, respondidos pelo assobio do pássaro, só escuta os corações que são puros de fato, há todo momento pulsa as águas do anjo, só as sentem quem vive, quem mergulha no oceano. Árvores orquestradas pelo vento, compõem uma nova canção em poesia, basta um poeta enxergar seu tempo, e transformar a arte em rimas, e entre as letras e os sons entendo toda canção, é preciso muito mais do que valsar com o dom, sentir os versos, as linhas, as falas, sentir o céu, a vida, as palavras, aprendendo com a escrita, pois ela não se cala, é a prosa entre o espírito e a alma. Queria mais de mim, já ouvi por aí, deixar o céu cair é o que espero no fim, tudo já está predestinado, já foi deixado a poeira do sapato, basta se atentar nas entrelinhas da melodia, que a voz eterna soa que há beira, é melhor tomar cuidado. Nesta dança vai fluindo as estações, um ciclo de vida e morte, que mesmo assustador para muitos, é belo, pois é moldado pelo Senhor, que muito ensina e nunca solta o leme, quem o tira como estrela guia é o mesmo que se prende, uma imensidão e preferem as correntes, mas entre uma pausa e outra florescem novas sementes, poucas vingam, mas ninguém consegue parar um coração quando ele sente, a verdade flui como instrumento bem afinado, sendo regido pelo celestial, quem entende essa melodia composta pelo divinal?
Por Luiza Campos