Tentei alcançar a alegria, mas ela se fundiu com a tristeza, tentei alcançar a paz, mas ela se enlaçou com a confusão, tentei muito, mas o pouco se alastrou, e nos “mas” da vida o que era não foi mais, e o que era complemento tornou-se abismo, o que era abismo tornou-se casa, como nada era, pois nada via. Um tornado vazio que muito cabia, um sonho quieto que nada havia, se fosse mar seria redemoinho, engolindo os traços de sanidade que ainda tinha, mas como vento fiz-me, furacão tornei-me, se queria ser livre, prendi-me na raiz, uma balança quebrada, que muito quisera, mas nada fez. Emoções são pesos leves para quem sabe controlá-las, mas forca para aqueles que as deixam dominar, confundir os olhos é fácil quando não sabe o que é verdade, externo ainda colore clareza por ser palpável, mas como entender o campo imaginário? Os céus souberam fazer a sabedoria simples, para que qualquer um pudesse tê-la, entretanto até mesmo isso complicaram, misturaram a justiça com seu antônimo, rasgaram suas vendas e cobiçaram, transformando tempo casto em tempestade, o que dantes poderia vir arco-íris já não vive, e depois de um dia cinzento cai a escuridão. Encontrou-se no centro das loucuras, deixou sobressair seus medos, e sobre os joelhos amargou-se em fel salgado, furacão de emoções, horas boas, horas absinto, desligou a racionalidade e deixou correr o instinto, correu, correu e correu, porém caiu do precipício. Não posso dizer que foi uma hipérbole, pois certamente não fora, quem se perde da vida nunca mais volta, uma cilada muito mal calculada, porém o que assusta é que funciona, deixam-se ser engolidos pelos sentimentos, e não encontram saída antes que acabe o tempo, quando se dão conta o breu já abraçou seus olhos, e passarão uma eternidade no centro do redemoinho de suas insanidades.
Por Luiza Campos
Tema sugerido por Luiz