Muito bem, obrigado!

E a minha alma aqui vagueando pelas penúrias da vida, sinto a pobreza extrema da amargura, o grau mais baixo da infelicidade. Pareço estar preso ao incognocível da vida, falo tanto dela, mas não consigo expô-la. As minhas palavras são jogadas ao vento que ecoam e voltam vazias. Sementes jogadas à beira do caminho que as aves do céu comem e não germinam nunca. Sou qual um agricultor sem terra, ou um obstetra sem gravidez, ou ainda um professor sem aluno. O mundo está um caos, as consciências sem orientações, os filhos sem correções, todos estão a Deus dará. Os juízes atuam em causas próprias, o presidente é corrupto e ladrão e o congresso só bate boca sem nenhum efeito. Os pobres vivem em torno de esgotos a céu aberto e os hospitais públicos cheios de doenças transmissíveis. O diabo está solto como diz no apocalipse e tem grande ira porque pouco tempo lhe resta. O tráfico de drogas se tornou um poder muito forte e dominou todos os morros e as favelas por todo país, e é neste meio que tento falar do propósito do Criador Deus que não produz nenhum efeito prático, é o mesmo que falar de física quântica a um asno selvagem, eu passo o tempo falando com as paredes, já estou extremamente exausto, não por causa das dificuldades, mas por causa da incompreensão, pois consciência nenhuma consegue acompanhar a linha de entendimento racional, mas falam e andam por absurdos totalmente irracionais e incoerentes, cada um acha uma coisa diferente e o Espírito continua totalmente ignorado dentro das consciências, obrigado, e ninguém continua fazendo caso dele. Eu continuo escrevendo os meus textos por hábito, todos os dias blá, blá, blás de manhã e blá, blá, blás a noite, mas no decorrer do dia, a tradicional rotina pela carne, café da manhã, almoço e jantar, trabalho, diversão e artes. A noite foi feita para dormir e perdem o resto do tempo só com coisas fúteis. E eu continuo aqui, sendo aquela voz que clama no deserto, mas como o próprio texto diz, sem nenhum efeito prático, pois do que adianta tanto desgaste lançando a semente se as terras são inférteis? E isso é o que desgasta, pois lanço as palavras, mas elas não germinam nas consciências, pois é preciso trabalhar a terra, mas cadê que as consciências fazem a parte delas? Daí fica assim como vemos, não vejo resultado, nem efeito e isso me desanima, pois até para interagir, as consciências não se animam, parece até que não acreditam no propósito da vida. Foram muitas pregações ao longo da minha vida e até hoje falo com muito amor e dedicação, mas ninguém retorna, não há perguntas, nada chama atenção, às vezes parece que até sou eu que não sei mostrar ou expressar, mas na verdade são elas que não fazem caso da própria razão e ignoram o senhor da vida dentro de si mesmas.

Somando nossas luzes

Por Zeca e Michele