A rítmica da vida ecoa por todas as partes e àquele que se propõe a ouvi-la eleva sua alma, porque ela canta pelas árvores, caminha silenciosamente nos campos, busca água entre as montanhas e faz em simplicidade enxergar em 360 graus àquilo que ninguém consegue ver por estes olhos que a terra há de comer. Um enredo de percussão que percursa no coração dos justos. Seu tilintar corre por entre as veias da alma pulsando sua existência na intenção de permanecer, saciando a sede e a fome daquele que quer vencer. Acompanhar a marcação é algo grandioso, porque é como seguir a vida para onde quer que ela vá, porque ela é intensa, é eterna e nos leva à eternidade vestida dela, de honra, de sinceridade, transparência que faz desta vestimenta branda. Dançar no tom, no tom que colore a alma, das cores mais vivas que possa existir, porque a vida é assim, ela é. O pulso há de ser firme para acompanhá-la, seu compasso é riquíssimo em elevados passos. A coordenação é ordem para quem quer dançar com a vida. Tem que ter bamba, não em corda, mas com a vida. A alma sábia repercute e curte o tilintar que emana o verbo, que lhe traz o cais eterno, onde suas ondas retumbantes são sonorizadas pela ação do verdadeiro ser, o espírito de Deus.
Por Patrícia Campos