O conhecimento salgou a chuva

Olhos transparentes se esquecem que há, correm pelos cantos, mas o que carregam é o nada, sonham com o que podem ser, porém não conhecem suas manchas, o sorriso não pesa, a fala não amarga, o que é falso parece certo, e o que é vazio se preenche. Luzerna viva glorifica quem a tem, entretanto abre as cortinas da solidão, o conhecimento é céu para quem o busca, mas também traz a verdade que não quer encontrar, o mundo é cinza, mesmo que muitas vezes ecoam flores, fortifica o coração, mas entristece o saber que do lado de fora não há vida, porém escuridão. O conhecimento salgou a chuva, trouxe absinto ao imo contrito, se pudesse calar o mundo, mas anda pelos destroços. Clamores vazios que não chegam aos céus, tropeços esquecidos e os mesmos erros, é tolice gritar, ninguém pode escutar lá embaixo, já se contentaram com o pouco, laços frágeis, bases fúteis, ponteiros fúnebres, tempo morto. Que viva em mim, e as ruínas que terminem de se despedaçar, o que é vivo não pode petrificar, passos moldados pelo pincel que eterniza, nada pode parar aqueles que se lançam pelo ar. A beleza do saber colore apenas um coração, sendo aquele que vê, as marés são mais azuis, com a cor da eternidade, as estrelas vivem de dia, ao lado da verdade, os pássaros assoviam calmaria, ecoando felicidade, o tempo não se conta, as noites nunca chegam, o conhecimento é rico, enriquece de entendimento, e os passos alheios são frios, correndo com os lamentos, se fosse ver interno o silêncio poderia ser eterno, mas como aquietar os olhos que enxergam tantas transgressões?

Por Luiza Campos

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