Foi até a beira e voltou, sentiu um vazio no peito, foi em busca de seu eu, mas não se encontrou, era como um pássaro com medo de voar, em seu caso, estava com medo de se encontrar, o que poderia achar? Não saberia dizer, já que não se conhecia de verdade, eram muitos sorrisos falsos, e muitos dias vãos, muitas lutas perdidas, e mesmo que tentasse, nunca conseguiu mergulhar.
Talvez lhe faltasse coragem!
Sim, por certo lhe faltava! Afinal alçar voo requer intrepidez, força, visão, obstinação! Quiçá não lhe faltasse e de um salto fosse ao profundo encontrar, encontrar-se! Embora encontrar-se fosse seu medo! Mas ao que temer? Ver-se descortinado causa dores! Oh, que fiz? A realidade é dura, bate forte, mas traz junto a ela, respostas! Mergulhe! Vá atrás de si mesmo! Coragem! Coragem!! Não há outra saída se não mergulhar, somos espelhos e ainda não aprendemos a nos refletir, até quando aguentaremos ser desconhecidos para nós mesmos? Não somos o pó que fenece, não somos limitados pelo tempo, grandiosidade escancara oceano, que clama pela tez da vida para ir atrás de si. Coragem! Clamaram os céus, pois não há descobertas se não houver a busca, e não há mudança se não souber onde está sua falha.
Desbrave-se! Há um campo imenso a percorrer, a escrutinar. Desvende suas inquietações, cesse seus porquês, liberte-se! Espelhar-se não pode ser tenebroso, pois o que reflete é resultado da busca, da ação. Torne-se verbo, seja o Verbo! Ouça o vento, nele a voz da sabedoria ecoa: Sê forte e corajoso, prossiga! E encontrará suas respostas, juntamente com a luz da sabedoria que raia para aqueles que vagam pelo universo. Somos imensos para ficarmos presos, há uma magnitude que nos rodeia, o propósito do nosso Senhor, isto não se enxerga no raso, onde só refletimos a ponta de nossos pés, por isso já é chegada a hora de vestir-se de liberdade e partir nesta jornada da vida com aquele que bombeia nossos corações.
Somando as luzes
Luiza e Lo