O tempo se fechou, a tempestade chegou, pegou as casas de surpresa por não estarem atentas, até onde irá o pavor? O medo oprime e se faz opressor causando danos irreversíveis de dor para a alma que se aprisionou. Por que se limitou se pode ser livre para voar e enxergar toda esta imensidão, explorando o que há no seu próprio coração? Se firmar no que se desfaz é se desfazer junto ao pó, e de si mesmo não ter zelo, é se prender, se condenando por não enfrentar seus próprios medos, é se acovardar, se escondendo entre seus personagens fictícios que você próprio criou, é se sujeitar ao nada, por se colocar incapaz de ser o protagonista da história que você mesmo criou. Até onde temerás alma aflita? Por que as coisas mexem com o seu coração? Se você se fizer refém deste mundo, o que te sobrará na eternidade é somente sua alma na solidão, ainda há tempo de reversão, de mudar a situação, de rever seus próprios conceitos, de ouvir a voz que te fala em todo o tempo. O novo sujeito só surgirá quando o velho ceder, quando tudo cair ao chão e não ter nada que mexa com você, pois se seus pés se firmarem na rocha, o que te abalará? Nem os ventos, nem a tempestade, nem as águas turbulentas, muito menos a assolação, nem a tribulação chegará a sua casa “consciência”, por ela firmar suas estacas e elas estarem bem firmes, bem fundadas e alicerçadas no Senhor. Mesmo em meio ao mar revolto sua embarcação deve confiar Naquele que comanda todo o trajeto, porque Ele há de acalmar o mar, pois mesmo que a tempestade dure por um tempo, a bonança há de chegar, e trará consigo a calmaria para a alma em paz repousar, pois os ventos trazem as palavras que soam dos céus, justamente para que cada coração compreenda o sentido delas e rasgue de si mesmo o véu, porque ele deve ser descoberto para ser mostrado e manifestado a glória do Senhor, para que se cumpra o intento que Deus predestinou.
Por Ítalo Reis