Fiz uma corrida anti relógio dentro das minhas lembranças perdidas, cheguei num local de fala onde me calei. Um tempo amigável pela juventude estampada em minha tez, mas no meu universo interno um breu infindável que só o tempo, amigo da luz, aos poucos me refez, mas ainda não estou feita, estou me desfazendo, agora correndo contra o tempo. Naquele tempo me fazia inimiga do tempo num curto tempo para atravessar o caminho que me levaria à paz, para quem perdeu tanto tempo, agora sim era o tempo de me procurar dentro do tempo e a tempo para que pudesse um novo tempo encontrar. Tentava me segurar em meio a minhas ventanias constantes as quais fizeram-me perder no caos dos instantes numa aventura fugaz. Veio então a sensação de ser passageiro num período tênue, e o provisório me caiu como uma luva que não aquece. Minhas mãos sem proteção buscava ser palma segura, almejando ser a mão que se agarra o eterno e foi neste tempo que me foi oferecido uma excelência perpétua e a Sua glória, não que tenha sido um privilégio direcionado somente a mim, mas a todos quanto desejam se libertar do pó que se prende as sandálias dos nossos pés. Ainda luto contra uma força que quer me derrubar dentro do tempo que se chama hoje, porém, é dentro deste mesmo tempo que preciso vencer esta força, para que em nenhum outro tempo me encontre precisando derrubar a barreira do tempo, mas sim tornar-me eterna sem precisar nunca mais contar com qualquer outro tempo por ter me tornado imortal.
Por Patrícia Campos