A vida se esvai por entre os dedos
Não há mais como isto reverter
Em todos a morte causa pavor e medo
Porque ninguém tem o compreender
Vejo choro e pranto por todos os lados
Pela vida de um ente que se foi
Tentam se confortar nas ilusões
Por não saberem para aonde ele foi
Então vem o questionamento interno
Dizem ter ido para os braços do Pai!
É este conforto que os consolam
Mas no fundo sabem a verdade e dor que isto lhes traz
É neste dia do pranto e do fim
Que se vê toda ligação carnal
Todos se debatem sem entender
Mas isto deveria ser algo normal
A compreensão neste exato momento
Fica muito longe dos corações entristecidos
Não conseguem enxergar nada além
Só lamentam e sofrem pelo ocorrido
Como falar a palavra certa a este povo?
Que não se abrem para a própria razão
Talvez o tempo mostre a eles
Que devem sair da contramão
Este dia deveria ser de glória
Mas tornou-se um dia terrível de temor
Todos choram pelo morto no caixão
Que não tem nenhum valor
Só pensam aonde ele foi parar?
Aonde se encontra nessa imensidão
Ultrapassou a linha desse plano
E automaticamente sofreu a condenação
Triste é ter que julgar o destino
Que cada um tomou para si
Mas esse parecer é verdadeiro
Pois não cumpriu o que veio fazer aqui
Por Ítalo Reis