As mãos de Deus

Uma palavra de sabedoria, de compreensão, de afago, mas que corrige, que machuca, faz a ferida, mas cura. Uma dor não física, mas na alma, um sentimento de perda, mas também de ganho, o perder para ganhar, como na loteria, que perde dez para ganhar milhões, perde uma vida temporária para ganhar uma vida eterna, perde um corpo terreno para ganhar um corpo celestial, perde um corpo carnal para ganhar um corpo espiritual. As mãos de Deus, um escudo, uma proteção, uma segurança, um conforto, um sentimento de paz profunda, uma leveza, um sair do chão, um pairar no ar, um êxtase profundo, uma coisa transcendental, como transcender no espaço, um transpor de planos, um além da imaginação, muito pra lá dos sonhos. Trocar de corpo, subir ao céu, não olhar para trás, esquecer o passado, pisar na cabeça da cobra.

A palavra de Deus, entender sem falar, responder sem perguntar, ouvir sem escutar, mil razões para buscar, dez mil para não deixar, cem mil para praticar. Um propósito sábio, uma vida eterna, uma terra prometida, são promessas de vida, uma nova visão, como colocar uma grandiosidade dessa dentro de um ínfimo coração? As mãos de Deus ampliam a sua tenda, transpassam o seu horizonte, transcendem as suas expectativas, é fora deste mundo, fora desse universo, fora desse plano, uma outra dimensão. Estamos falando de grandezas, de transformações, de metamorfoses, de morte e de ressurreição, estamos falando da verdade do Criador e não da verdade do ser humano. Nascer para crescer, morrer para transformar, crer para transladar, o segredo da vida, o elo perdido, o transcendental, o Senhor dos senhores, o inimaginável, o tão esperado, o inacreditável, o tão sonhado, aquele que desceu do céu. O dia do Senhor, o dia do juízo, o dia fatal, o dia do julgamento, o dia da glória ou da desgraça eterna.

As mãos de Deus nos dizem tantas coisas, todos as sentem, mas não falam nada, a vida que pulsa, os elementos do ar, o ar que respira, além do olhar. O peito que geme, a dor que não sai, o inconsciente da vida, a esperança perdida, ninguém vai atrás, os olhares perdidos, o eu quero mais, a coisa que não sacia. As mãos de Deus acolhem os remidos, afastam os temidos e conversa com os amigos.

Por O teu espírito diz

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