O mundo é um lugar bom, ver as arquiteturas das mãos de Deus em tudo muito me encanta, ver as paisagens do grande pintor da vida muito me alegra, ver as cores que o desenhista usou para colorir suas obras magníficas muito me entusiasma para eu usar da aquarela da vida para pintar a minha tela, tela esta que muito se sujou e afundou, agora tento mergulhar dentro do meu abismo para resgatar o que sobrou, o que ainda há de bom. Eu vejo os mortos brindando esta vida, bebendo e se embriagando da saliva do pecado, na face mostram ostentação de alegria, mas na verdade é o desespero querendo afogar as tantas mágoas e infelicidades que no peito carregam. Cantam com o pulmão, cheio as dagras de suas vidas, o olhar já mostra o fundo do poço que cairão, é uma ruína que aqui se alarga, mas que no céu se distancia.
O que invejar desse povo nu? De suas vidas sem luz? De seus mares sem faróis? De seus céus sem sol? Das noites sem as estrelas? De seus pés sem a sandália da humildade? De suas consciências sem o espírito vivo de Deus? Não! Eu agora vejo que meus pés quase se desviaram, pois via a prosperidade do ímpio e me via querendo andar junto seus passos, mas eu entrei na casa do Senhor, no templo santo de Deus e vejo seu propósito, sua verdade e o seu espírito em mim e Deus mostrou-me a desgraça dos caminhos dos ímpios e suas ruínas decretada. A minha vontade e luta é sair das mãos daquela que me produziu, arrancar de mim suas vontades e fazer Deus o único proprietário e beneficiado da terra que o seu filho, o espírito veio buscar, sou a herança do meu senhor e dessa arena não sairei sem lutar, os inimigos podem até me machucar feio, me espancar, fazer de mim um saco de pancadas, mas a toalha não jogarei, pois dentro de mim há um guerreiro do céu, um justo que luta pela justiça, um soldado que carrega no corpo muitas cicatrizes e não será eu que desonrará a sua vinda, vamos avante meu rei! Pois és a minha carruagem que me levará para o outro lado da vida…
Por Maria Lúcia