Para onde foram as tréguas, estou à sua procura, já faz tempo que não a encontro por isto em meu campo ouço o tempo todo o cão latir à fim de que o pó se deite e o silêncio paire para que quem sabe assim, ela venha me visitar? Sensível a qualquer toque, minha astúcia perdida, nos becos escuros do engano feito em meus olhos penumbra a ponto de perder minha sensibilidade do amor. Não aceito o desamor, não me compadeço do mal, no meu fundo do poço só escuto o gotejar das minhas águas, elas não são doces, mas hei de deixá-las, de qualquer jeito, mas não de um jeito qualquer, quero secar estas águas e transbordar-me de águas doces, que alimentam e lavam. A nocividade ronda os campos na tentativa de derrubar tudo o que o céu procura levantar, uma guerra fria, silenciosa, de morte. Não tem ninguém por ninguém, sou eu por mim mesma, como em uma canção que se diz, sou eu do meu lado. O cortar das espadas soam, cortantes, constantes, magoam, meros instantes, há cortes que ferem, mas curam, outros que se perdem, mas não recuam. Não há para onde correr, correr é se perder, é desistir de você. Voltar-se, é a palavra de ordem, o início de ordenar-se, porque não se anda em um caminho de frente para trás, mas é preciso voltar ao lugar que caiu para que dali em diante prossiga em coerência. Não importa de onde vem a espada, o que importa é sentir seu corte, o desligamento do engano. Muitas vezes o entendimento vem da boca que não fala em voz alta, mas do seu sussurrar se ouve muito, a delicadeza em ouvir, mas ouvir de fato, guardar no coração a ponto de, por suas mãos, anunciar o que aprendeu.
Por Patrícia Campos