A cena se repete e repele porque assumir a culpa não é tarefa para os fracos, não que isto exima a transgressão, porém denota o mínimo de arrependimento. Até parece normal não precisar assumir seu erro, a lei humana permite que o réu ludibrie para se esquivar da culpa, mas e lá dentro como fica a consciência? Há um justo juiz dentro de cada um o qual segura em suas mãos a balança da justiça celeste. Este não se compra, não se vende, ele é justo e dará a sentença ou a recompensa segundo o caminhar de cada um. As coisas por aqui estão tão dissimuladas que quem erra é o certo e quem acerta está errado, porque a leva, leva, e o caminho da contramão é o caminho da razão. Um dia alguém disse que a razão fala mais alto, hoje a razão está rouca, perdeu a voz de tanto que falou alto e ninguém a ouviu. A síndrome de Adão se espalhou, parece até a brincadeira do pega-pega, meu erro, “tá com você”, eu só errei porquê…
Sempre um” porquê”, nunca é você! Adão, foi você? Não, foi a mulher que tu me deste! Eva, foi você? Não, foi a serpente que tu fizeste! Erram em comer o fruto proibido, na sequência jogam a culpa em outrem, foi a Eva, foi a serpente, nunca assume a responsabilidade de ter errado. A culpa é de quem come o fruto proibido, o fruto proibido é a nossa consciência, este fruto pertence a Deus e não a nós, e ninguém assume seu erro diante de Deus e continuam comendo do fruto até que não sobre mais nada dele.
Por Patrícia Campos